São Paulo critica decisão ‘arbitrária’ de excluir Morumbi

Assim que a informação oficial sobre a exclusão do Morumbi do projeto da Copa do Mundo de 2014 chegou ao clube, ontem, a diretoria do São Paulo acionou seu departamento jurídico. A ordem do presidente Juvenal Juvêncio foi encontrar argumentação capaz de contestar a decisão. À noite, o clube divulgou nota dizendo que a decisão é “arbitrária” e “surpreendeu a todos”.

O texto assinado pelo dirigente critica o fato de a Fifa divulgar o veto ao Morumbi durante a disputa do Mundial. “(A decisão) Foi anunciada no momento em que as atenções da comunidade esportiva estão voltadas para a Copa do Mundo de 2010, como se numa tentativa de se esconder o ato sob a sombra dos holofotes focados no maior evento esportivo do planeta.”

Para Juvenal, a decisão “se deu de forma absolutamente arbitrária, num momento em que o São Paulo tinha acabado de apresentar um projeto de reforma do Estádio do Morumbi absolutamente aderente às exigências da Fifa, suportado por um Plano de Viabilidade Financeira ratificado pelo Comitê Paulista e apoiado em seguras garantias oferecidas pela iniciativa privada”.

O dirigente aproveitou para, sem citar nomes, criticar seus desafetos. “O São Paulo não vai mudar em nada sua postura de absoluta independência em relação às demais entidades esportivas e governamentais com quem se relaciona”, escreveu.



Telefonemas. Durante o dia, em telefonemas da cúpula são-paulina, havia uma mistura de sentimentos. Alguns, como Juvenal, reagiram com inconformismo, mas tranquilidade. Outros, como o superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha, resolveram criticar a decisão.

Na opinião de Cunha, o veto é consequência de interesses privados na construção de uma nova arena. “Houve boicote de interesses privados. Nos colocaram dificuldades que eu quero ver se serão colocadas para o futuro estádio”, afirmou. “É que o São Paulo não se submete a esses interesses que estão em jogo.”

No auge de sua irritação, Cunha não economizou críticas ao presidente do Corinthians e chefe da delegação da seleção brasileira na África do Sul, Andrés Sanchez, e ao diretor de comunicação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rodrigo Paiva. “Como pode um chefe de delegação falar no meio da Copa que o Morumbi está fora? “E o assessor de imprensa repetir isso o tempo todo? É descabido.”

Preocupação. Entre a cúpula do Comitê Executivo Paulista para a Copa 2014, a surpresa deu lugar à preocupação. Segundo o presidente do órgão, Caio Carvalho, investidores em uma nova arena são bem-vindos. “Seja onde for o (novo) estádio, se quiser investir, será bem-vindo. O que não pode é falar que a obra é privada e quem paga a conta é o setor público.” O ministro dos Esportes, Orlando Silva, se mostrou receoso. “Fico triste que a novela tenha esse desfecho.”

Fonte: O Estado de S. Paulo





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