Agora é Beyoncé que faz o Morumbi trepidar

Onze anos após iniciar a carreira, Beyoncé se apresenta pela primeira vez no Brasil. Depois de cantar no Parque Planeta, em Florianópolis, na quinta, para 25 mil pessoas, a cantora americana faz neste sábado um único show em São Paulo, no Estádio do Morumbi, com mais de 50 mil ingressos vendidos. Ainda há entradas disponíveis.

Ela desembarcou no País com status de maior estrela da música pop da atualidade, chamando a atenção do mundo na última segunda-feira ao levar seis prêmios na 52ª edição do Grammy, mesmo não tendo conquistado a principal categoria, a de melhor álbum do ano, concedido a Taylor Swift.

Com apenas 28 anos, a cantora traz na bagagem um total de 75 milhões de discos vendidos, sendo 50 milhões com o grupo Destiny’s Child e o restante em carreira-solo. Só no Brasil, Beyoncé conquistou um disco de diamante, superando a marca de 250 mil discos.

Seus números são impressionantes e, por isso, a diva pode dar-se ao luxo de fazer uma lista de exigências a quem quiser contratar seu show, mas nada extraordinário como os anões contratados por Freddie Mercury para desfilar com bandejas sobre as cabeças.

Pedidos normais, como um camarim exclusivo para ele, todo branco, com temperatura sempre mantida a 25°C e iluminação que simule a do palco. Contrariando a lenda de artistas com fetiche por toneladas de toalhas brancas, Beyoncé pediu apenas quatro.

Enquanto ela se arruma e descansa no conforto de seu camarim, momentos antes de entrar no palco do Morumbi, o público será distraído pelas apresentações do grupo As Valkyrias e, depois, Ivete Sangalo.

Badulaques à parte, o repertório do show da turnê I Am… Tour presenteará os fãs com faixas do álbum mais recente, o terceiro em carreira-solo I Am… Sasha Fierce (2008), como Single Ladies (Put a Ring On It), Halo, If I Were a Boy, Diva e Sweet Dreams, além de sucessos dos discos anteriores, como Baby Boy e Crazy In Love, primeira música cantada no show de Florianópolis, que teve abertura da cantora Wanessa.



Na capital de Santa Catarina, a apresentação teve duas horas exatas, com direito a Ave Maria e homenagem do público a Michael Jackson, a pedido de Beyoncé, com celulares e isqueiros levantados. Com um modelito dourado de deixar o ar rarefeito para a plateia e esbanjando bom preparo físico, a cantora não escapou do clichê ao segurar a bandeira do Brasil e dizer ser uma honra cantar no País. Como era de se esperar, ela encerrou o show com Parabéns a Você, como costuma fazer em suas apresentações.

Tendo uma legião assombrosa de fãs, Beyoncé deve agitar um Morumbi tomado, cujas estruturas estremeceram no último fim de semana diante do Metallica. O único temor do show é o fato de a produção ter informado que cantora abriu mão do playback para soltar a voz. Nada contra Beyoncé, mas apresentações anteriores exibidas na internet, mesmo sem ela dançar freneticamente, dão conta que interpretações ao vivo, no caso dela, podem ser arriscadas.

Imagine em um show, como o de hoje, em que Beyoncé se remexerá o tempo inteiro ao lado de bailarinos, trocará de roupa dez vezes e será suspensa sobre o público por cabos de aço… Fazer tudo isso e ainda cantar bem é tarefa para poucos. Madonna mesmo quando levou o show de Stick&Sweet ao Morumbi recorreu ao playback em algumas canções.

Mesmo em forma, a Rainha do Pop dublou as próprias músicas para ficar mais solta para coreografar por quase duas horas. O fenômeno pop Beyoncé deveria fazer o mesmo. O playback soa falso e desestimulante, mas, em alguns casos, também pode evitar fiascos homéricos.

Depois de São Paulo, a cantora se apresenta domingo e segunda-feira (8) na Arena HSBC, no Rio, com abertura de Wanessa, e na quarta (10), em Salvador, novamente com a anfitriã Ivete Sangalo.

Deixando o Brasil, a caravana de Beyoncé segue para Argentina, Chile e Peru, encerrando I Am…Tour em Trinidad e Tobago. Segundo a produção, a turnê mundial, que começou no dia 26 de março de 2009, passando por todos os continentes, já rendeu mais de US$ 36 milhões.

SERVIÇO

Beyoncé. Estádio do Morumbi. (68 mil lugs.). Praça Roberto Gomes Pedrosa, s/n.º, tel. 4003-1527. Sábado, 6, 20h. R$ 200/R$ 350

Fonte: Agência Estado





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