Após Jonas Brothers, Morumbi já tem quatro shows reservados

O estádio do Morumbi terá suas arquibancadas lotadas por espectadores fanáticos na tarde deste domingo, mas em campo não estarão dois clubes de futebol lutando pelos três pontos. O São Paulo jogará, sim, um clássico neste mesmo dia, contra o Palmeiras, mas no Palestra Itália. Enquanto isso, a casa do Tricolor receberá a banda norte-americana Jonas Brothers, que fará sua primeira apresentação na capital paulista e ajudará a encher os cofres do clube.

A apresentação do trio de irmãos que prega a castidade antes do casamento é o exemplo de uma tendência que a diretoria do São Paulo espera consolidar. Nestes últimos anos, o Tricolor está adequando o estádio para receber cada vez mais eventos internacionais e, assim, aumentar a receita do Morumbi. O aluguel do local para cada show gera uma renda líquida de R$ 1 milhão ao São Paulo.

O Tricolor, inclusive, já tem mais quatro datas reservadas para apresentações no fim deste ano, mas ainda não foi informado pelos organizadores sobre quais serão as bandas que aparecerão no gramado. Cerca de dois meses antes dos dias estipulados, os locatários precisarão confirmar se realmente vão utilizar o estádio.

“A ideia é que o Morumbi esteja cada vez mais capacitado para ser uma arena multiuso. Estamos adaptando também os restaurantes do estádio para isso”, explica o diretor de marketing do clube, Adalberto Dellape, que está na expectativa pelas novas atrações. “Temos reservas para mais quatro datas. Para cada show, os valores equivalem a R$ 1 milhão livre para o São Paulo. Esse valor corresponde a até mais do que se alugássemos o estádio para quatro clássicos”.

A propósito, o valor que o Tricolor recebe por cada espetáculo é bem superior ao que ganha ao alugar o estádio para um clube de futebol. Para ceder o Morumbi para outro time jogar, o São Paulo cobra entre 10 a 15% da renda bruta da partida (dependendo da utilização ou não de refletores), sendo que o valor mínimo a ser pago é R$ 70 mil (caso a porcentagem da renda não atinja esta marca). Ou seja, os lucros só são significativos quando o clube aluga o Morumbi para algum clássico com casa cheia e nem mesmo assim o valor pago chega perto da receita de um show.

No ano passado, por exemplo, as diretorias de São Paulo e Corinthians chegaram a um acordo para que o Alvinegro utilizasse o estádio em seus jogos como mandante no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil. Na época, o Tricolor deu um desconto para o rival utilizar o Morumbi. Por fim, o valor pago pelos corintianos durante as duas competições foi de cerca de R$ 500 mil, ou seja, a metade do aluguel para a apresentação de uma banda.



Além disso, o São Paulo já se mostra mais confortável em disponibilizar o estádio para shows porque vem conseguindo solucionar um dos principais problemas deste tipo de evento: danos ao gramado. O vice-presidente de marketing do Tricolor, Júlio Casares, explicou que a proteção ao campo evoluiu bastante.

“Hoje em dia, a proteção é muito mais adequada. Em quatro ou cinco dias depois do show, a grama já está restabelecida. O São Paulo, inclusive, faz também uma série de exigências para liberar para este tipo de evento e uma delas é a vistoria do material que é colocado sobre a grama”, comentou Casares, com o apoio de Dellape. “Esta proteção permite a realização de um show no meio do campeonato, como vai acontecer no domingo”.

Mesmo assim, apesar de se mostrar cada vez mais aberto a shows, o dirigente adverte que a ideia do clube não é alugar o estádio para qualquer apresentação. Depois de receber três grandes espetáculos no ano passado (todos da cantora Madonna), a expectativa de Casares é elevar o número ao dobro este ano. “O ideal é ter entre cinco e seis shows”.

Maior interessado nas boas condições do estádio, o departamento de futebol do Tricolor não se opõe à nova estratégia de marketing e receita do clube. “Realmente, temos muita demanda para shows no Morumbi, que é a única arena multiuso para espetáculos aqui. Esta é uma importante fonte de renda dentro das receitas do clube”, reiterou o diretor de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes.

Casares, porém, reconhece que a programação de eventos precisa ser adaptada ao calendário da equipe, já que o estádio precisa de cuidados antes e depois de uma apresentação. “O desafio é adaptar o calendário do futebol aos shows. As empresas levam uma semana para entrar com todos os equipamentos e depois vão mais quatro dias para retirá-los. Ou seja, para um show, o tempo de trabalho é de cerca de dez dias”.

Além das receitas com shows e futebol, o Morumbi vem sendo modernizado também para dar renda em outros setores, que contribuem para o clube tentar atingir a estimativa de fechar 2009 com lucro de aproximadamente R$ 4 milhões no Morumbi.

“O estádio se tornou uma plataforma de entretenimento, com áreas para negócios e lazer. Atualmente, são cerca de 50 camarotes corporativos, além do Santo Paulo Bar, da megaloja, da livraria… Em breve, teremos também um espaço infantil e uma academia. O estádio está superavitário. Também recebemos locações para inúmeros comerciais e lançamentos de produtos”, completou Casares.

Fonte: Abril.com.br





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