Câmeras podem ajudar a identificar vândalos de restaurante no Morumbi

As oito câmeras instaladas no restaurante japonês que fica na esquina da Avenida Giovanni Gronchi com a Rua Manoel Antonio Pinto, no Morumbi, podem ajudar a polícia a identificar os vândalos que destruíram o local no fim da tarde de segunda-feira (3). O estabelecimento foi um dos invadidos por manifestantes que saíram da Favela Paraisópolis, perto dali. Na confusão, depredaram carros, assaltaram motoristas e entraram em outras lojas, quebrando o que viam pela frente.

“Se a polícia pedir, vamos entregar as imagens”, afirmou nesta terça-feira (3) o garçom Edson Moura, 29. O dia foi de faxina. Funcionários se juntaram para limpar toda a sujeira. As marcas da violência estavam por todas as partes. Tapumes de madeira cobriam o espaço onde havia uma porta de vidro. Pedras ainda estavam no chão e a poeira tomou conta das mesas e cadeiras.

O motivo do tumulto seria a revolta pela morte de um morador, no domingo (1), durante um confronto com a polícia. Os policiais alegam que o homem roubava carros. O gerente da casa, Sidney Araújo, contou que não teve tempo nem de reagir, quando o grupo entrou. “Foi assustador”. Apesar disso, ele acredita que a intenção do bando “não era machucar ninguém” e sim assustar. Ele estimou um prejuízo de R$ 20 mil com as vidraças quebradas.



Para o garçom Moura, o prejuízo será inevitável. “Agora os clientes vão ficar assustados. Para mim, essa não é uma forma correta de reivindicar”, contou ele, sobre o motivo da manifestação. “Eu vi o pessoal eufórico”. Em ritmo acelerado com a limpeza, os garçons contaram que o restaurante pode abrir ainda nesta terça.

Na mesma rua Manoel Antônio Pinto, pouco antes de os funcionários começarem a faxina, passou o morador de Paraisópolis João Batista de Souza, de 43 anos, em seu Logus que teve o vidro dianteiro estilhaçado. “O carro não tem seguro e me falaram que o prejuízo foi de R$ 3 mil. A polícia disse que quem tem que arcar com isso sou eu”, reclamou ele, afirmando receber de salário R$ 800.

Souza contou que viu a confusão pela televisão. “Tinha acabado de chegar do trabalho. Vi na TV um cara subindo no teto do carro e corri. Pedi para parar e disse que moro aqui (em Paraisópolis)”. Segundo ele, após o pedido, o grupo se afastou do veículo, que não tem seguro e está sendo financiado. “Ainda faltam 15 prestações para pagar”, lamentou.





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