No Estádio do Morumbi, Coldplay prova que sabe fazer show como ‘gente grande’

Das pequenas arenas aos grandes estádios: ao longo de quatro discos de estúdio, o Coldplay deixou de ser uma banda alternativa para se estabelecer entre os maiores e mais rentáveis. Se os números de venda do disco mais recente, “Viva la vida or death and all his friends” (2008), impressionam – estima-se que tenha sido o disco com mais downloads pagos até hoje –, ao vivo o grupo provou ter mesmo virado gente grande. Depois de passar pelo Rio de Janeiro no último domingo (28), o quarteto inglês fez um show grandioso para cerca de 65 mil pessoas (segundo a assessoria de imprensa) na noite desta terça-feira (2) no Morumbi, em São Paulo.

A chuva que estava prevista não caiu e até as estrelas deram as caras por volta das 21h45, quando o vocalista Chris Martin, o guitarrista Jonny Buckland, o baixista Guy Berryman e o baterista Will Champion subiram ao palco ao som de “Life in technicolor”. A canção instrumental puxou outra faixa do trabalho mais recente, “Violet hill”, quando o cantor aproveitou para agradecer em português, dar boa noite e abrir espaço para o público soltar a voz.

Os fãs que estavam na pista vip seguravam bexigas brancas, pretas e vermelhas, em homenagem aos 33 anos de Chris Martin. “Não há jeito melhor de passar o aniversário do que tocando para mais de 60 mil pessoas”, declarou. O músico ganhou ainda uma versão de “Parabéns a você” cantada em português pelo baterista.



Outras faixas do novo disco permearam todo o repertório, a exemplo de “Strawberry swing”, “Viva la vida”, “Lost!”, “Lovers in Japan” e “Death and all his friends”, mas é quando entram os antigos hits que o Coldplay se sobressai. Sentado ao piano, Chris Martin entoa “Clocks” (de “A rush of blood to the head”, de 2002), enquanto raios coloridos saem do fundo do palco em direção à plateia.

As velhas canções ganham o reforço da tecnologia: enormes bolas presas ao teto do palco recebem projeções. Já em “Yellow” os rostos dos fãs surgem no telão ao fundo, enquanto bolas amarelas flutuam sobre as cabeças na pista.

A imponente “Glass of water” quebra o transe com seu refrão mais roqueiro, enquanto o telão passa a exibir imagens abstratas em alta definição, em contraste com os uniformes militares dos integrantes da banda.

Em seguida vem um momento mais melancólico, em que Chris Martin toca piano, na introdução de “42”. A letra desliza macia; a melodia não oferece qualquer atrito aos ouvidos. O pop meigo do Colplay faz efeito, enquanto a câmera focaliza o rosto do vocalista. Sua cabeça parece flutuar na tela gigante atrás da banda, seus olhos estão fechados – a imagem perfeita do bom moço.

Mesmo quando o frontman faz dancinhas amalucadas e a banda sugere um certo caos sonoro, tudo termina com fogos de artifício, como em “Fix you”, ou até mesmo em jatos de borboletas de papel colorido.

Boas canções, como “God put a smile upon your face” e “Talk”, ganham um acabamento eletrônico, mas o Coldplay logo retoma o clima perdido. “Hardest part”, “Postcards from far away” e “Viva la vida” formam uma sequência fofa, pronta a agradar. Sucessos mais antigos como “Shiver”, “Politik” e “The scientist” compensam canções menos inspiradas, como a inédita “Don Quixote”.

Fonte: G1





Deixe seu comentário