Repórteres ficam reféns na favela de Paraisópolis no Morumbi

Dois repórteres que faziam um trabalho sobre o dia-a-dia dos moradores da favela Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, supostamente ocupada pela polícia, que garantiria a segurança, foram sequestrados na segunda-feira e ficaram cerca de 40 minutos reféns de um grupo de homens armados. Identificando-se como traficantes de droga, os criminosos interrogaram e ameaçaram os dois reféns, mas não os agrediram fisicamente.

Os dois jornalistas, um repórter e uma fotógrafa, cujas identidades e órgão de Imprensa para onde trabalham não foram divulgados por questões de segurança, foram deixados pelos raptores num posto de gasolina da avenida Giovanni Gronchi, a mais importante do luxuoso bairro do Morumbi, onde a favela está incrustada. Os criminosos ficaram com o material de trabalho de ambos: gravador, máquinas fotográficas e outros objetos e recomendaram que estes não voltassem ao local.



A equipe de reportagem estava na favela desde as 10h00, para saber como vivem os moradores de um bairro miserável rodeado de luxuosos edifícios. Circularam livremente por vários pontos de Paraisópolis, confiando na garantia da polícia de que o bairro estava sob seu controlo e, quando já terminavam a reportagem, ao início da noite, foram surpreendidos pelos criminosos.

Paraisópolis tem cerca de 80 mil pessoas e era uma das favelas mais perigosas da zona Sul de São Paulo até há alguns anos, quando os habitantes do elegante bairro do Morumbi começaram a dar trabalho a habitantes da favela, ao mesmo tempo que criaram vários projectos sociais no local. A paz acabou no início deste mês com uma ação policial, durante a qual foi morto um habitante e preso outro.





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