Um mês depois de ser despejado da mansão em que morava no bairro do Morumbi, em São Paulo, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira voltou nesta quarta-feira à residência. Por determinação do juiz Régis Bonvicino, da 1 Vara cível de Pinheiros, Cid Ferreira voltou à casa acompanhado de um oficial de Justiça apenas para relacionar os bens pessoais e de família que lá deixou quando cumpriu a ordem de despejo, expedida pelo mesmo magistrado em 20 de janeiro. O ex-controlador do falido Banco Santos foi obrigado a deixar a mansão em que morava com a mulher, Márcia, por não pagar o aluguel, de R$ 20 mil mensais, desde 2004. Sua dívida com os aluguéis atrasados chegaria a R$ 1,7 milhão.
A casa de oito mil metros quadrados, projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, pertence à Atalanta, empresa offshore de Márcia que, por decisão judicial, foi incluída na massa falida do Santos. Cid Ferreira contesta na Justiça a inclusão da empresa ao patrimônio do banco e, talvez por acreditar numa reversão da sentença, deixou seus pertences ao sair da residência no mês passado.
Nesta quarta-feira, Cid Ferreira não retirou nada da casa. Ele tem até 4 de março para inventariar todos os bens. As obras e os móveis de sua coleção de arte já foram sequestrados pela Justiça e pertencem à massa falida do Santos. Apenas peças de vestuário, roupas de cama e banho, louças, utensílios e eletrodomésticos, além de móveis não listados como peças de arte, poderão ser levados da casa, após autorização da Justiça.
Fotogaleria: as obras de arte na mansão do ex-banqueiro
A coleção de arte que o ex-banqueiro mantinha em casa ainda está sendo avaliada por especialistas, e seu valor é estimado entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Todo esse acervo deve ir a leilão, com os recursos arrecadados sendo usados para pagar credores do Santos. As dívidas do banco somavam R$ 2,5 bilhões, mas, com a execução de bens e ativos pela massa falida, esse total já seria menor hoje.
Fonte: O Globo
Sem respostas